Paó

O paó na língua Yorubá quer diz (bater palmas). Nos ritos do Candomblé é indispensável o Paó no início e término ou em seu encerramento. Assim como a palavra, o som emanado das palmas batidas dos punhos, a baqueta percutindo no couro dos atabaques, a vareta batendo no corpo do agogo, o pêndulo batendo no interior do àdjá são condutores do poder do àse. O ato de bater Paó não é uma submissão e sim uma interação, comunicação, harmonia e integração com as energias.

Os três primeiros sons rítmicos representam: o Orixá interior (àrá), Orixá do assentamento (àiyé) e o Orixá da natureza (òrun); seguido por seis sons curtos, num total de nove, fazendo alusão aos nove Orun (mensan orun). Òrun Rere: Espaço reservado para aqueles que foram bons durante a vida. Òrun Alàáfià: Espaço de paz e tranquilidade. Òrun Funfun: Òrun do branco e da pureza. Òrun Bàbá Eni: Òrun do pai das pessoas. Òrun Aféfé: Espaço da aragem. Òrun Ìsàlú ou Àsàlú: Local de julgamentos. Òrun Àpáàdì: Reservado para casos de impossíveis de reparações. Òrun Burúkú: Espaço ruim, reservado para as pessoas más. Orun Mare: Espaço para aqueles que permanecem, tem autoridade absoluta sobre tudo o que há no céu e na terra e são incomparáveis e absolutamente perfeitos, os supremos em qualidades e feitos, reservado à Olodumare, Olorun e todos os Orixás e divinizados.

O Paó é a essência da vida, também a permanência dentro da impermanência e impermanência na permanência. O ciclo vital, que não muda com o transcorrer da eternidade. O ato de bater Paó é a garantia que a infinita e generosa oferta que a natureza nos faz, desde que saibamos reverencia-la e louva-la.

(Fonte: Portal do Candomblé)

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