Itan

Itan é o termo em iorubá para o conjunto de todos os mitos, canções, histórias e outros componentes culturais dos iorubás. Os iorubás que aceitam oitan como facto histórico, confiam no itan como sendo a verdade absoluta na resolução de disputas.

O contar histórias não é uma exclusividade do africano.

Também as formas simples como os mitos (enquanto relato com componente sagrado, que se propaga inalterado), a adivinha (enquanto forma constituída de pergunta e resposta), o ditado (ou provérbio) não são sua exclusividade. Todos os povos as têm. Basta lembrar as fábulas de La Fontaine ou mesmo de Esopo, que tanto líamos na escola, procurando a “moral da história”. E aí está a diferença. As histórias africanas não são exclusivas, mas têm uma tipicidade única. Mais do que moralidade, elas encerram ensinamentos. Encerram princípio ético, moral, religioso. Encerram costumes. Contam coisas simples do cotidiano. Os mitos estão na sua base, mas saga, adivinha, ditado e caso também estão presentes nos itan. A consistência do itan, a pluralidade dos seus sentidos, é que dá a sua perenidade e, depois, é o que permanece na alma do povo: o sentido. E por isso, porque encerram sentido, eles, os itan, permanecem na memória e são passados de geração a geração.

(Itan dos mais velhos – Ruy do Carmo Póvoas)

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