Muitas pessoas tratam Ayrá como se fosse um caminho de Xangô, mas existem diversas características que reforçam suas individualidades. Nesta publicação veremos algumas destas diferenças.
Normalmente confundido com Xangô, no Brasil, na verdade Ayrá é uma divindade à parte, que não pertence à família de Xangô. Ayrá é uma divindade da região de Savé muito embora não existam registros de iniciação para ele nessas terras, seu culto está restrito ao seu templo em Savé, Nigéria. No Brasil, inúmeros mitos foram atribuídos a essa entidade, sendo até mesmo considerado, algumas vezes, como irmão gêmeo de Xangô, o que não encontra respaldo na tradição nigeriana.
Xangô é natural da província de Tapá, foi o quarto rei Oyó.
Ayrá é natural das terras de Savé, e serviu como general na cidade de Oyó.
Xangô tem poderes sobre os Raios e o Fogo. Foi casado com Oyá, Oba e Osun.
Ayrá tem poderes sobre os ventos, sobre o fogo, foi casado com Osun.
Ayrá se veste de Branco.
Xangô se veste de cores fortes, tons de vermelho e Marrom.
Ayrá usa um machado de apenas uma lâmina e a chave que ganhou de Oxalá.
Xangô usa um machado com a lâmina dupla, e o seu xere.
Ayrá é louvado na festa “Fogueira de Ayrá”, e Xangô é louvado na festa “Amalá de Xangô”.
A tradição da Fogueira foi criada por associação ao santo católico São João, costume que não se observa em Savé.
Ayrá é o protetor de Oxalá, já Xangô prendeu Oxalá por sete anos nas masmorras de Oyó, então somente Ayrá pode carregar Oxalá.
Ayrá tem cantigas específicas, um culto específico. No Brasil, Ayrá é visto muitas vezes como uma qualidade de Xangô, uma face mais amena e pacífica deste. O conhecimento sobre Ayrá é insuficiente, o que faz com que zeladores acabem por iniciar os filhos destes, para o orixá Xangô ou outros Orixás.
Ao contrário de Xangô, Ayrá não é um Orixá rei, não usa coroa.
Ayrá zela pela paz e pela justiça de forma incondicional. Ao contrário de Oxalá, que representa a paz, Ayrá estabelece a paz e possui uma ação mais imediata em suas funções. Ayrá pode ser qualificado como um sentinela de Oxalá, ou melhor, de Oxalufã, um estabelecedor da vontade deste.
Saudação de Ayrá: AYRÁ LÊ!
Saudação de Xangô: KAO KABIECILE!
(Fonte: Wikipedia e trechos da internet; Adaptação Contos de Logunce)
Contos de Logunce 