É necessário esclarecer que assim como na física, na espiritualidade dois corpos não ocupam o mesmo espaço. Então entendemos que o espírito não entra no corpo. Nossa alma jamais sairá do corpo para ceder lugar à um espírito, orixá ou entidade, isso acarretaria no nosso desligamento definitivo do corpo e consequentemente na nossa morte.
A “incorporação” ou, melhor dizendo, transe mediúnico se dá no nosso corpo astral, onde os seres espirituais fazem a ligação com nosso perispírito através de canais, chamados chackras.
Os chackas são centro de forças que se ligam ao nosso corpo físico através dos plexos, quando a entidade faz a conexão com esses centros, ele consegue agir em nosso corpo físico, parcialmente ou totalmente.
Quando um ser espiritual faz essa ligação, ele pode agir sobre vários sentidos do ser humano, ás vezes utilizam somente a voz, somente a mente, ou somente o corpo, e quando se utilizam de todos os sentidos ao mesmo tempo, damos à este fenômeno o nome de “incorporação”, errôneo, já que não há a entrada de um ser em nosso corpo, mas é vulgarmente mais aceito e conhecido. Este transe se divide em três graus:
Consciente: O médium vê e ouve tudo que está ocorrendo ao seu redor, não podendo exercer controle sobre seus sentidos. A maioria dos médiuns se encaixam neste tipo de mediunidade. É bem delicada, pois exige do médium muita concentração, respeito e discernimento. Muitos acreditam estar neste estágio, quando na verdade muitas vezes estão apenas irradiados por aquela energia, conseguem manipular o que a entidade faz, e muitas vezes entram neste transe anímico movido pelo ritmo dos tambores e cânticos, mas nem sempre realmente estão incorporados. Esta fase, se levada a sério, pode levar grandes aprendizados aos médiuns, sua evolução para outras etapas depende muito de sua fé, respeito, merecimento e principalmente da vontade dos mentores que tomam o corpo do médium.
Semi-consciente: O médium tem algumas lembranças do que ocorreu durante a incorporação, ficando lacunas que ele não consegue preencher, não se recorda do que a entidade fez ou falou em um determinado momento do transe. Ás vezes ocorre da pessoa não ver absolutamente nada, mas estar com os ouvidos totalmente abertos. Muitos médiuns se encontram nesta categoria também, geralmente ela vem com o tempo e com a confiança e fé que o médium deposita no seu guia espiritual.
Inconsciente: O ser espiritual conecta-se ao chackra por inteiro, o que não se sabe muito é se o médium apaga durante todo o transe ou se ao sair deste estado ele esquece tudo o que aconteceu. Não acontece com frequência, apenas se o guia espiritual nota essa necessidade.
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